|

Os
genes humanos em queda livre
Tem
sido uma constante: cada vez que se divulga uma nova conclusão
do sequenciamento do genoma humano, o número de genes humanos
vai diminuindo. Na verdade, dos 40.000 anunciados há 3
anos, agora já chegamos a 20 ou no máximo 25 mil,
o que tem, de imediato, uma consequência: o genoma é
muito mais complexo do que se imagina. Ou seja, fica cada vez
mais difícil explicar, apenas com os genes, as funções
de mais de 100 mil proteínas da espécie humana.
O anúncio
da nova contagem foi publicado na revista Nature, no último
dia 21 de outubro, num artigo de 15 páginas (muito menor
do que as 446 páginas publicadas em 15 de fevereiro de
2001 pela mesma revista, ao anunciar o rascunho do genoma humano),
que tinha um tom não muito otimista. O próprio autor
do artigo, Lincoln Stein, do Laboratório de Spring Harbor
(EUA), admitia que os leitores tinham razão de ficar um
pouco confusos com o anúncio porque ele contrariava versões
anteriores.
No mesmo
artigo, Lincoln Stein reconhecia que, embora se tenha caminhado
bastante, ainda há muito a se fazer e que, por isso, novas
surpresas poderão ser reveladas até o final do trabalho.
"Estamos ainda no fim do começo", repetia ele,
mostrando que o trabalho continuará sendo árduo
e que tem se mostrado mais intrincado do que parecia à
primeira vista.
O sequenciamento
do genoma humano foi anunciado, pela primeira vez, em 26 de junho
de 2000, numa cerimônia presidida por Bill Clinton, à
época presidente dos EUA ,e Tony Blair com a presença
de Francis Collins (Projeto Genoma Humano) e de Craig Venter,
da Celera, que disputaram durante um bom tempo a primazia pela
conclusão do trabalho.
A
economia que vem do software livre
A
adoção do software livre pelo governo brasileiro
tem propiciado uma economia considerável, segundo pesquisa
do Comitê de Implementação do Software Livre,
coordenado pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação
(ITI), vinculado à Casa Civil da Presidência da República.
O software
livre vem sendo gradativamente implantado nos órgãos
federais (quase 100 em outubro de 2004) e, desde 2003, já
permitiu ao Governo uma economia de 28,5 milhões de dólares,
correspondente ao pagamento de licenças para uso de programas
de computador comercializados pelo setor privado, em particular
a Microsoft.
Estima-se
que o gasto do Governo com softwares pagos atinja, anualmente,
a cifra de 100 milhões de reais, considerando-se apenas
os básicos (sistema operacional e aplicativos comuns).
Cálculos mais detalhados indicam que o software livre possa
representar uma economia de até 1.100 reais por computador,
o que é significativo, se se levar em conta a base de computadores
instalada nos órgãos federais.
Segundo
Sérgio Amadeu, presidente da ITI, o uso de soluções
proprietárias contribui para o pagamento de royalties para
licenças, o que significa desperdício de recursos
do País. Mas ele aponta vantagens adicionais, além
da financeira: a independência em relação
ao fornecedor já que o software livre permite acesso ao
código fonte do programa e aumenta a capacitação
tecnológica do País, na medida em que o desenvolvimento
do programa é compartilhado.
De qualquer
forma, Sérgio Amadeu reconhece que o desafio não
é pequeno, tendo em vista o número de programas
prioritários em uso no Governo e a necessidade de capacitar
os profissionais para a transição para a nova realidade.
A Microsoft
tem questionado a decisão do Governo e feito um lobby agressivo
para impedir que ela se generalize. Alguns especialistas também
admitem alguns riscos, se esta transição for feita
de maneira desordenada, mas a maioria dos entendidos concorda
que , dado o alto custo dos softwares privados e a perda de autonomia,
a adesão ao software livre é inevitável.
|