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José
Reis e o papel dos cientistas na divulgação científica
Marta Ferreira Abdala Mendes*
Resumo
No
Brasil, o surgimento de uma divulgação científica própria relaciona-se
com a produção científica no país, evidenciando uma mobilização
e interesse da comunidade científica em divulgar suas atividades
para um público não especializado a fim de obter também o reconhecimento
da sociedade. Esse artigo compreende o meu estudo ainda
em andamento no curso de doutorado em História das Ciências
da Saúde da Fiocruz-RJ. Meu objetivo é, em linhas gerais, analisar
como, historicamente, os cientistas se dedicaram à divulgação
científica, constituindo-a em instrumento de visibilidade e legitimidade
da prática científica, no contexto histórico marcado pela institucionalização
e profissionalização da ciência no Brasil. Para isso, é preciso
identificar a origem da divulgação científica feita pelos próprios
cientistas em sua dimensão socio-politica-cultural. Dessa maneira,
justifica-se um estudo socio-histórico da ação do cientista-divulgador
José Reis para se compreender o significado de divulgação científica
e o papel social dos cientistas naquele momento histórico. Analisando
sua atuação no campo da divulgação científica, podemos observar
como sua trajetória profissional e política confunde-se com sua
trajetória pessoal. E, ao mesmo tempo, podemos entender sua importância
na construção desse campo no Brasil.Dessa forma, é possível refletir
a complexidade da interação entre a ciência e sociedade a partir
da divulgação científica, para, talvez, ir além de uma análise
descritiva das condições sociais, econômicas e políticas que a
engendrou.
Palavras-chaves:
ciência, divulgação científica, José Reis
Introdução
A
preocupação do cientista em difundir suas idéias confunde-se com
o surgimento da própria ciência moderna. Essa comunicação destinava-se,
inicialmente, aos seus pares e a população letrada. Ana Maria
Mora registra o surgimento das publicações pelos cientistas e
pelas sociedades científicas:
A
publicação do trabalho científico, para dar conhecimento dele
a outros, foi uma invenção do século XVII. Começou como correspondência,
primeiro entre cientistas e, depois, entre cientistas e editores,
tornando-se estes em uma espécie de árbritos da troca de informação
científica. (MORA, p. 17, 2003)
A
partir do século XVII, a ciência moderna criou uma linguagem e
um modo de pensar próprios, diferentemente da linguagem e do senso
comum da maioria das pessoas. Os modos históricos de apropriação
do conhecimento científico e tecnológico, bem como os atores envolvidos
nesse processo, podem ser integrados num quadro geral em que a
difusão desses conhecimentos pelos cientistas fazia parte do próprio
processo de construção sistemática de fatos científicos. (LATOUR
(1997); KARIN KNORR-CETINA (1983)). Nos séculos XIX e XX, essa
difusão também passou a ocorrer através do ensino formal e dos
museus, na linha dos museus de primeira geração, formando pesquisadores
e os de segunda geração divulgando o conhecimento científico e
tecnológico.
Nos
meados século XX, pode-se marcar uma outra transformação na relação
entre ciência e sociedade desde do início da Modernidade. A ciência
incorpora-se ao funcionamento cotidiano da sociedade e deixa de
ser uma "instituição social heterodoxa" para desempenhar
um papel estratégico como força produtiva e como mercadoria. Foi,
principalmente, a partir da 2ª Guerra Mundial que ocorreu
um maior contato dos indivíduos com a tecnologia no dia a dia,
surgiu os fundos governamentais de controle social da ciência
e de divulgação e o desenvolvimento do comunicador científico.
A divulgação da ciência deixou de ser uma atividade legítima e
valorizada apenas pelo pesquisador para tornar-se uma nova profissão,
em que o conhecimento produzido passa a ser transferido, analisado
e avaliado pela mediação de outros profissionais.
Wynne
(1992) e Melo (1983; 1984) relacionam a divulgação científica
às formas de enraizamento institucional, patrocínio, organização
e controle da ciência. Eles destacam as motivações de caráter
corporativo e conservador, baseadas na busca de uma maior legitimidade,
apoio e prestígio tanto para a comunidade científica, quanto para
a ciência em si que predominavam nas atividades de divulgação
científica. Essa análise pode ser entendida dentro da visão instrumental
da divulgação científica, em que o interesse dos cientistas em
divulgar ciência associa-se, entre outros, em garantir o apoio
incondicional da sociedade (entendida aqui no seu sentido mais
amplo que inclui o Estado) e ao financiamento das atividades científicas.
Para isso, é importante que a sociedade compreenda os métodos
e usos da ciência, bem como a relação de dependência da produtividade
econômica, a segurança nacional e a influência na política internacional
com as contribuições vindas do avanço técnico-científico. O apoio
público à ciência viria, então, da compreensão social sobre essa
atividade, possível a partir de ações voltadas para ampliar a
familiarização da sociedade com a atividade científica. A divulgação
científica é analisada, assim, não apenas como instrumento do
significado social da atividade científica, mas relacionada aos
fenômenos sociais e políticos que a influenciam.
Após
a II Guerra Mundial ocorreu, nos EUA, ações que permitiram que
a cultura científica não ficasse restrita ao meio acadêmico. Naquele
momento, o interesse era de melhorar e ampliar os programas de
estudos científicos nos EUA, em todos os níveis, em decorrência
de um programa nacional de auxílio a pesquisa básica e aplicada.
O que iniciou como uma tentativa de treinar cientistas e engenheiros
desdobrou-se, devido aos educadores, no esforço em proporcionar
aos estudantes e a sociedade uma maior e melhor compreensão da
ciência e da tecnologia. Ana Maria Sanches Mora (2003, p.25) destaca
que, naquela época, os jornalistas limitavam-se a difundir as
descobertas de sua própria maneira. Isso levou muitos cientistas
renomados fazerem "a" divulgação da ciência, criando
algumas das mais importantes obras de divulgação científica do
início do século XX até sua metade. Porém, citando e concordando
com Morris Shamos, a autora salienta que o esforço em divulgarem
o conhecimento científico produzido, ou seja, o produto, contribuiu
apenas para a adaptação dos cidadãos a uma sociedade tecnologizada,
porém:
...
o uso da tecnologia, ou o conhecimento da técnica, não é cultura
científica. Saber usar o computador, a televisão ou o forno
de microondas não é saber ciência, não é tomar parte no processo
do conhecimento. A tecnologia é apenas o produto mais visível
e consumível do empreendimento científico. ( MORA, p.29, 2003)
No
entanto, essa mobilização da própria comunidade científica em
divulgar ciência também ocorreu no Brasil. José Reis (1954), em
seu artigo sobre a divulgação científica, apontava que o interesse
dos cientistas e das instituições de pesquisa pelo trabalho de
divulgação surgia como atividade organizada e sob o patrocínio
das próprias instituições em vários países, como também no Brasil.
No
Brasil, o surgimento de uma divulgação científica própria relaciona-se
com a produção científica no país, evidenciando uma mobilização
e interesse da comunidade científica em divulgar suas atividades
para um público não especializado, a fim de obter também o reconhecimento
da sociedade. À medida que a ciência uniu-se ao desenvolvimento
econômico, o Estado enquanto instrumento político de preservação
das relações de produção assumiu sua institucionalização,
manutenção e expansão, atrelando o progresso da sociedade ao progresso
técnico-científico. (FREITAG B., 1979, p. XX). Em parte, a ação
de divulgar ciência insere-se nas discussões internas à comunidade
científica sobre seu papel social e político, tornando-se um instrumento
junto ao público de legitimidade do papel da ciência e do cientista.
Referencial
teórico e metodológico
Uma
incipiente organização da divulgação científica no Brasil pode
ser identificada a partir da década de 1920. Massarani e Ildeu
(2002) situam um movimento, na década de 1920, de divulgação da
ciência não apenas para um publico alfabetizado ou com algum conhecimento
prévio, mas para um publico mais geral. O crescimento das atividades
de divulgação científica no Rio de Janeiro nesse período esteve
ligado a vários profissionais (professores, engenheiros, médicos
etc.) e cientistas que estiveram envolvidos no movimento pela
institucionalização da pesquisa básica no país e pela difusão
mais ampla da cultura científica. Massarani cita alguns personagens
que tiveram uma importante participação nesse processo, como:
Manoel Amoroso Costa, Henrique Morize, irmãos Osório de Almeida,
Juliano Moreira, Edgar Roquette-Pinto e Teodoro Ramos entre outros.
Nesse
período foi criada a Sociedade Brasileira de Ciência (1916) que,
em 1922, transformou-se em Academia Brasileira de Ciência. Membros
da ABC, junto com outros profissionais, participaram da fundação
de um novo veículo de comunicação, a Radio Sociedade do Rio de
Janeiro destinada a apresentação de programas variados de temas
educacionais, culturais e científicos. De uma forma geral, as
atividades de divulgação cientifica na década de 1920 estavam
voltadas para a difusão de conceitos e conhecimentos da ciência
pura e não tanto a exposição de trabalhos de aplicação técnica.
A autora, porém, destaca que a década de 1920 apresentou atividades
de divulgação científica mais organizadas e com participação de
renomados cientistas e acadêmicos do Rio de Janeiro em relação
ao final do século XIX. (MASSARANI E ILDEU, p.56, 2002). No entanto,
essa divulgação era realizada ainda de forma fragmentada e lacunar,
pois refletia um cenário científico frágil, em que não havia uma
tradição de pesquisa científica consolidada. Todavia, a questão
da divulgação da ciência surgia embrionariamente na comunidade
científica que iniciava a luta por condições para o desenvolvimento
da pesquisa básica.
A
ação de difusão e de divulgação pelos cientistas, no início do
século XX, precisa ser inserida no contexto histórico marcado
pela institucionalização e pela profissionalização da ciência
no Brasil. A divulgação científica parece assumir um novo papel
social relacionado às atividades dos cientistas e passa a ser
percebida como indispensável tanto para divulgar novos conhecimentos
como para evitar um isolamento da comunidade científica em relação
à sociedade. Tratou-se de um movimento duplo, interno e externo
à comunidade científica, que tinha como objetivo não só desenvolver
crenças e valores junto aos cientistas como estabelecer para o
poder público a necessidade de se criar e manter instituições
ligadas à ciência e para a sociedade a importância da ciência
para o desenvolvimento da nação. Ou seja, criar um ambiente social
satisfatório à ciência.
Esse
interesse e iniciativa da comunidade científica em divulgar a
ciência, com maior sistematicidade, também esteve associado a
um movimento maior de ampliação da cultura do povo brasileiro,
que aflorou principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, pelos
educadores, cientistas e intelectuais. Segundo Mello (1983), a
prática da divulgação no Brasil esteve, no início, intimamente
vinculada ao surgimento das universidades brasileiras e a criação
da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Não
sendo, porém, tão orientada para a popularização da ciência e
tecnologia como entendemos atualmente.
Segundo
Candotti (p.15, 2002), para entender melhor o papel dos cientistas
na divulgação das idéias cientificas para o público em geral é
preciso compreender a importância do percurso realizado e as construções
que orientaram essa caminhada. A perspectiva de análise desse
trabalho detém-se na relação entre ciência e sociedade, na qual
está incluída o papel das instituições científicas, o papel do
Estado e seus institutos na definição, controle e na execução
da política da ciência e interesses particulares e coorporativos
que respondem a valores da comunidade científica. Esses aspectos
refletem questões já muito tempo levantadas por autores da sociologia
da ciência como Robert Merton, Joseph Ben-David, entre outros.
A
análise histórica da divulgação da ciência precisa incorporar
não só as características peculiares da ciência, mas igualmente
sua inserção na sociedade. Indicamos uma direção para uma história
social da ciência e de sua divulgação, na qual preocupa-se em
entender a divulgação não apenas pelas influências sociais. O
interesse nesse trabalho concentra-se na relação mais geral entre
ciência e sociedade, a fim de se entender as especificidades e
peculiaridades da divulgação da ciência num período histórico
marcado, as ações de diferentes atores e das condições sociais,
econômicas e políticas. A história social da ciência pode evidenciar
os mecanismos sociais de valorização do trabalho científico. Ou
seja, a divulgação da ciência é inserida no debate dos interesses
e condições sociais e culturais pelos quais a ciência sofre um
processo de intermediações e reinterpretações para conquistar
uma visão pública favorável.
No
Brasil, autores como Fernando de Azevedo (1994), Shozo Motoyama
(1988), Simon Schwartzman (1979) procuraram analisar, por uma
perspectiva sociológica, os movimentos e especificidades históricas
para a consolidação e entraves do surgimento de uma comunidade
e da atividade científica no Brasil. As primeiras tentativas para
a consolidação de uma tradição de ciência estabelecida surgiram
por volta do fim do século XIX. (Nancy Stepan, p.22, 1976). Porém,
como salienta Araújo e Oliveira (1985), não se pode entender essa
questão separada dos condicionamentos sociais que influenciaram
tanto a atividade científica quanto a vida e carreiras dos pesquisadores.
Para o autor, merecem destaques os condicionamentos relativos
ao ambiente cultural mais amplo e as próprias instituições de
pesquisas. Para se tentar entender de que forma os fatores e valores
culturais facilitam ou inibem o trabalho científico faz-se necessário
uma reflexão socio-histórica que permita compreender a dinâmica
e a complexidade da relação entre ciência e sociedade.
Objetivo
O
objetivo mais geral desse trabalho é apontar o vínculo da divulgação
da ciência à prática científica, às condições produtivas do país,
à educação, à política, às condições gerais da institucionalização
(marcada por incertezas e descontinuidades) e da profissionalização
da ciência a fim de se chegar a uma dimensão mais ampla de divulgação.
Situa-se a divulgação da ciência no movimento da comunidade científica
de busca por reconhecimento e por legitimidade social de sua prática
(o que Ben-David chama de papel social dos cientistas). É uma
ação social-cultural ligada a uma ação política organizada a fim
de criar laços com a sociedade, entendida aqui em seu sentido
mais amplo que inclui o Estado. A divulgação científica seria
um braço dessa ação política organizada.
Nesse
contexto, destaca-se a trajetória de um cientista-divulgador:
José Reis, para se investigar o papel social dos cientistas no
início do processo de divulgação científica no Brasil, entre as
décadas de 1950 e 1970, período do movimento de implantação da
comunidade científica, da luta pela institucionalização e profissionalização
da ciência e da educação para todos. A partir de sua trajetória
profissional e política (que se confunde com sua trajetória pessoal)
destaca-se o papel social do cientista, particularizando o estabelecimento
de uma crença social na ciência pela sua divulgação. Justifica-se
analisar a participação de José Reis nesse processo de constituição
da divulgação científica no Brasil, pois sua atuação como
cientista que se dedicou à divulgação científica foi consistente,
coerente e ininterrupta por 60 anos e evidencia de que maneira
ela se constituiu em instrumento de visibilidade e legitimidade
da ciência. José Reis é considerado o "pai da divulgação
científica no Brasil", não só por jornalistas científicos,
que o tem como mestre, mas pela comunidade cientifica que consagrou
este título batizando com seu nome o prêmio para os destaques
em divulgação científica, Prêmio José Reis de Divulgação Científica
(CNPq).
O
estudo tem como base os textos publicados por José Reis em três
grandes veículos à época: Folha de São Paulo (em que ele escreveu
de 1947 a 2002), a revista Ciência e Cultura (1949-1954 e 1972-1985)
e a revista Anhembi (1956-1962). Tais veículos foram utilizados
pois demonstram o interesse em se criar na sociedade um ambiente
satisfatório à ciência, ligando os pesquisadores com o público,
de modo a se fazer presente o conhecimento científico na sociedade.
Uma
análise incipiente dos textos de José Reis, já demostra uma postura
política e educativa em sua atuação na divulgação da ciência.
Num aspecto geral, pode-se destacar que sua divulgação científica
realizada no jornal estava relacionada ao desenvolvimento de uma
divulgação para um público letrado, porém mais amplo e leigo;
na Revista Anhembi, a divulgação tinha um objetivo de conquistar
um público mais elitizado e culto para as questões política-científica-cultural
e na Revista Ciência e Cultura, o interesse estava em construir
um instrumento de divulgação participante do movimento político
de criação e de constituição de uma comunidade científica forte
e da institucionalização e profissionalização da ciência.
Pode-se
perceber em suas entrevistas e artigos, freqüentemente, o interesse
na criação de um público mais "favorável à ciência"
(palavras dele), utilizando a idéia de ligação imediata do conhecimento
científico para a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento
do país. Essa atitude precisa ser interpretada dentro de um contexto
histórico, em que a preocupação dos intelectuais era levar o conhecimento
para ilustrar e emancipar as pessoas da ignorância e do atraso.
Um exemplo dessa preocupação são os temas das palestras de José
Reis. Mesmo que variassem de acordo com as circunstâncias locais
ou interesses, com certa freqüência eram apresentadas palestras
como: "A ciência para vencer o subdesenvolvimento",
"História da ciência" etc.
Considerações
finais
Uma
das conclusões preliminares do estudo é a relação estreita entre
a divulgação e a política científica. Isso se deu, principalmente,
com a criação da SBPC, em 1948, e do CNPq, em 1951. Iniciou-se
a politização das "questões científicas", que passaram
a fazer parte da agenda dos instrumentos de divulgação à época
como a revista Ciência e Cultura (SBPC), a revista Anhembi e a
Folha de São Paulo, principalmente pela atuação de José Reis nesses
veículos.
Outro
aspecto conclusivo evidencia o que era divulgação científica nesse
inicio. A divulgação era vista por José Reis como forma de constituir
um público específico para a ciência. Era a maneira dos conhecimentos
produzidos fazerem parte da cultura do cidadão, como ele mesmo
dizia. Para ele, a divulgação científica tem uma função profundamente
educativa por sua capacidade de possibilitar a criação no público
de uma atitude científica. Essa atitude cientifica é para ele
o que torna possível "ajudar a manutenção de altos padrões
éticos dentro de várias profissões, pois um público bem instruído
e informado distinguirá com mais facilidade os maus profissionais
dos bons, os charlatões dos homens sinceros" (REIS, p.51,
2000)
Percebe-se
a divulgação científica como meio de se instrumentalizar e instruir
as pessoas em ciências, utilizando a divulgação de conhecimentos
científicos como agente na construção da cidadania. Outra forma
de entender a divulgação científica diz respeito não só a constituição
de um público, mas também de despertar vocações e novos talentos.
Essa posição, José Reis tomou desde o início de suas participações
no jornal Folha da Noite e Folha da Manhã (mais tarde Folha de
São Paulo) e nas revistas citadas, quando escreveu sobre a preocupação
com a formação e desperdício de futuros talentos para ciência
e sobre a importância de se estimular as feiras de ciências e
clubes de ciência que, além de levar a ciência para um grande
número de pessoas, poderiam revelar esses talentos.
Em
parte, essa preocupação é uma posição frente ao momento em que
a ciência brasileira encontrava-se, uma forma de fortalecer o
papel da comunidade científico nacional e vincular a ciência à
realidade brasileira, à problemática nacional e regional, ao Estado,
a fim de se criar condições para investigação de nossos problemas
e para o desenvolvimento de tecnologia própria, diminuindo a importação
de tecnologia pronta.
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