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Cientista troca cadeira de rodas por "armadura" de U$$55
mil
Diário do Grande ABC, 24/04/2.001,
capa e p.4 do Caderno de Informática
Sérgio Vinícius Da Redação
O prémio Nobel Stephen Hawking abandonou a cadeira de rodas.
Na semana passada, um dos mais ilustres físicos do mundo
impressionou a comunidade cientifica ao aparecer em público
com um exoesqueleto de metal, projetado para substituir sua antiga
companheira.
Hawking, paralisado desde o inicio
de sua maioridade devido a uma doença degenerativa que atinge
os nervos, apresentou sua nova cria em uma conferência na
Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
"Eu estou mais rápido
e forte", disse o físico aos repórteres, com
a ajuda do sintetizador de voz do exoesqueleto. "Sem dúvida,
me sinto muito melhor do que antes." A armadura, que foi totalmente
projetada em titánio, já há algum tempo estava
sendo desenvolvida pelo autor do livro Uma Breve História
do Tempo, uma das obras mais respeitadas pela comunidade cientifica
internacional.
"Com o novo exoesqueleto, Hawking
poderá carregar isótopos radioativos em áreas
restritas, situação impossível com sua antiga
cadeira de rodas", afirmou Sir Geoffrey Neville Shropshire-Kent,
físico de Cambridge. "Além disso, essa nova armadura-robô
é tão forte que poderia rasgar tanques inimigos, se
fosse o caso, como se quebra uma casca de noz."
O exoesqueleto também é
equipado com uma ferramenta de infravisão, que permite a
Hawking observar de perto fenômenos subatômicos. "Espere
um minuto", disse o físico testando sua infravisão
pela primeira vez: "Estou vendo a curva espaço-tempo,
medida por mim anteriormente. Acho que preciso reconsiderar meus
cálculos"; brincou.
Além da visão especial,
a armadura também apresenta terminais de laser, tanques de
oxigénio para tarefas subaquáticas ou pesquisas espaciais
e botas especiais. Com todos esses equipamentos, o exoesqueleto
está avaliado em US$ 55 milhões.
Observação:
A matéria foi publicada pelo importante jornal regional,
sediado em Santo André, São Paulo, acompanhada de
um foto, com a seguinte legenda: Hawking (esquerda) e Gordon Moore,
fundador da Intel: esqueleto para driblar doença degenerativa.
Embora tenha descoberto com antecedência a " mancada",
a redação não a retirou da edição
(talvez porque já tivesse impresso o caderno, quando viu
a " barriga" que tinha comido). Optou por incluir uma
pequena nota, no pé de página da capa do jornal, em
que confessa o equívoco, e que tinha a seguinte redação:
Site satiriza o físico
Hawking
(Diário do Grande ABC, 24/04/2.001, capa)
O
Diário publica hoje no caderno Informática notícia
sem fundamento sobre Stephen Hawking. O jornal não checou
informação do site The Onion, que usa linguagem jornalística
e pseudocientífica para brincar com o físico.
Comentário de JC, o repórter
da ciência: Eu acho que a doença degenerativa do
redator é mais grave do que a do Hawking. E, nesse caso,
não há exoesqueleto que dê jeito.
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